
Olá viajantes da literatura, Marcelo Milani aqui!
Vamos conversar sobre a importância da leitura em nossas vidas?
A leitura, ato aparentemente simples, revela-se como uma das ferramentas mais poderosas para o desenvolvimento individual e coletivo. No contexto brasileiro, marcado por desafios sociais e econômicos, a importância da leitura transcende o mero ato de decodificar palavras, tornando-se um caminho para a transformação social e o empoderamento individual.
Na minha vida, a leitura sempre foi uma constante. Minha mãe foi minha primeira estimuladora a ler. Lembro até hoje meus dois primeiros livros: Trilili O Esquilo Travesso de Elza Fiusa e O Patinho Feio, um conto de fadas do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, publicado pela primeira vez em 11 de novembro de 1843. Confesso que a obra do Hans me ajudou a superar um momento difícil na infância, numa luta de onze anos contra minhas convulsões. Uma história para outro dia.

Em primeiro lugar, a leitura é fundamental para a formação de cidadãos críticos e conscientes. Aí está um grande desafio no cenário cultura, social, político, religioso e até científico em nosso país. Vale relembrar o caso Bizarro das duas cientistas brasileiras, condenadas por falar o óbvio. (Acesse o caso aqui). Também temos a loucura da prefeita sem juízo que simplesmente jogou uma das obras de Luis Fernando Veríssimo no lixo. Que triste cenário de ignorância vivemos em nosso país. (Acesse o caso aqui).
Ao se debruçar sobre diferentes textos, o leitor é exposto a uma diversidade de ideias, culturas e perspectivas, o que o estimula a questionar o status quo, a analisar criticamente as informações e a formar sua própria opinião. Essa capacidade de pensar de forma autônoma é essencial para a participação ativa na vida democrática e para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa. Que tipo de formação ética, moral e de conhecimento de mundo tem o fulano que vendia desparasitação para diabetes? E a outra desvairada que jogou um dos clássicos da literatura gaúcha no lixo?

Além disso, a leitura contribui para o desenvolvimento intelectual e cognitivo. (Vale muito a pena assistir o filme “Não Olhe Para Cima“). O Filme é uma crítica sobre a incapacidade humana de ter uma profunda leitura da realidade, suas subjetividades, nuances, causas e efeitos. Ao ler, o indivíduo exercita a memória, a atenção, a concentração e a capacidade de análise e síntese. Essas habilidades são fundamentais para o sucesso em qualquer área da vida, seja no âmbito profissional, acadêmico ou pessoal. A leitura também amplia o vocabulário, aprimora a escrita e estimula a criatividade, o que favorece a comunicação eficaz e a expressão de ideias.
No plano social, a leitura desempenha um papel crucial na promoção da inclusão e da equidade. O acesso a livros e a outras formas de leitura permite que pessoas de diferentes origens sociais e culturais tenham acesso ao conhecimento e possam desenvolver suas potencialidades. A leitura também pode ser um poderoso instrumento de combate à desigualdade social, pois possibilita que as pessoas superem suas limitações e construam um futuro melhor para si e para suas comunidades.

Infelizmente, o livro vem recebendo diversos ataques ao longo dos últimos anos em nosso país. (Lembram de um certo país, com um certo Fünher que queimou livros?) No governo Bolsonaro tivemos um caso de pretensão a taxação dos livros que gerou um forte grito de repúdio da população em diversos níveis sociais e culturais. Eis um dos manifestos em defesa do livro. Recentemente, no governo Lula, um novo projeto afeta indiretamente o Livro através da cadeia produtiva. (Entenda o caso aqui). Lembra da ditadura militar e dos seus feitos sobre o livro e o livre pensar? Quase que ela renasceu em nosso país a pouco tempo, contudo, aqui está um artigo que é um retrato sobre a importância da literatura para seu povo. Leia o artigo Memórias da ditadura. É desafio atrás de desafio. Onde estão os protetores da leitura em nosso país?
Entretanto, apesar de seus benefícios, a leitura ainda é um hábito pouco cultivado no Brasil. Diversos fatores contribuem para essa realidade, como a falta de acesso a livros, a ausência de políticas públicas que incentivem a leitura e a valorização de outras formas de entretenimento.

Para reverter esse quadro, é necessário um esforço conjunto de diversos atores sociais. As escolas, por exemplo, desempenham um papel fundamental na formação de leitores, ao oferecerem um currículo que valorize a leitura e ao proporcionarem um ambiente propício para a prática desse hábito. As bibliotecas públicas também são espaços importantes para o acesso à leitura, e devem ser equipadas com acervos diversificados e oferecer atividades que estimulem a leitura.
Além disso, é fundamental que o poder público invista em políticas públicas que incentivem a leitura, como a criação de programas de incentivo à produção e à distribuição de livros, a realização de eventos literários e a promoção da leitura em diferentes espaços da cidade.
Em suma, a leitura é uma prática essencial para o desenvolvimento individual e social. Ao estimular a leitura, estamos investindo no futuro do nosso país, formando cidadãos mais críticos, conscientes e engajados. A pergunta é, queremos um Brasil leitor? Queremos mesmo?

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